quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Solta o verbo.

Amar.
Realmente existe tal coisa? (Creio que não).
É algo que pode ser mensurado?
Provas empíricas de sentimentos. 
Sentimento: "Ato ou efeito de sentir.
Aptidão para sentir; sensibilidade.
Sensação íntima, afeto"...
Etéreo.
Querida, se você soubesse, se assustaria.
Mas não sabe.
(Tenho romantismos pra te dizer,
que faria brotar borboletas no estômago de Afrodite).
No entanto, ninguém me ama.
Eu não digo. Não vivo.
Não. Nego amar.
É a única saída. Emergencial.
Papel, caneta.
"Nada, ninguém, e não", tem estado muito perto.
Afasta de mim.
O atalho.
Nada, ninguém e não (te): Amar.
"Não existe amor em lugar nenhum".
A aceitação é o primeiro passo, eles dizem.
Amar.
Verbo besta.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

No calabouço de metal, trava-se uma árdua batalha, entre o soluço e o riso.

Esperei, estava no 3.
Descendo.
2.
Abriu, vai.
Ela ia sair, percebeu que não era, e pareceu encabulada.
Eu ri.
Entrei, esperei.
Calor.
Ela estava suada, mas também pudera, ela estava no 3.
O 3 é um daqueles lugares tenebrosos, em que um monte de gente vai, pra sofrer, e ganhar como recompensa um pouco de dor.
Pavoroso.
Ela soluçou.
Eu ri.
Olhei, e ela estava de olhos fechados, como quem está profundamente impaciente.
Eu ri.
Ela soluçou.
1.
Abriu.
Desta vez ela não saiu.
Eu ri.
Alguém entrou.
A porta fechou.
Ela soluçou.
0.
Ela saiu apressada, afobada.
Andou 10 metros.
Ela soluçou.
E...
...Eu...
...Ri.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Panturrilhas de mulher.

"Eu gosto de panturrilhas de mulher".
Uma afirmação um tanto quanto aleatória, tenho de admitir.
Mas, após me pegar vagando com os olhos, e a mente (e quando não?), esbarrei nas panturrilhas.
Pelo jeito que ela se sentava, assim, com as pontas do pé fazendo força, dava pra ver o músculo, em contraste com aquela perna magra, depilada, brilhante, macia só de olhar, feminina, delicada.
Queria uma daquelas panturrilhas pra mim (uma só, é pedir muito?).
Pra beijar.
Pra guardar no bolso, e olhar só quando não tivesse ninguém por perto.
Pra me manter em pé.
Pra emoldurar, pendurar na sala-de-estar, e mostrar pras visitas, cheio de orgulho.
Pra amar.
E assim elas se levantaram, as panturrilhas magras, e foram embora, sorrindo (de?) para mim.
Adeus, pequenas batatas-da-perna.
Bom te ver.
"Há mais coisas entre o joelho e o tornozelo, do que pode sonhar nossa vã filosofia."

Queima.

Não consigo encará-la...
Se olhar nos olhos dela por tempo suficiente, tenho certeza que vou virar pedra... Mas não é Medusa.
Ouvir sua voz por tempo suficiente, tenho certeza que vou me afogar no oceano... Mas não é Sereia.
Que seja!
Nada será pior do que aquele momento, aquele milésimo de segundo em que ela ia escapulindo pela porta. Tirei um retrato pra guardar só pra mim. Daqueles que não se revela, pois está enclausurado na memória.
Ou aquele em que sorriu pra mim, iluminada por uma luz pálida, e nos beijamos. Daqueles que faz o corpo todo suspirar.
Mantenha as expectativas baixas. Mantenha as expectativas baixas. Mantenha as expectativas baixas.
Conselhos não irão ajudar.
Se você está numa via de mão única em direção ao Sol, de que adianta o protetor solar, e os óculos escuros?
Incendeia-me!
Está escrito, lá encima: “Não consigo encará-la...”.
Ela brilha de mais.
Ou é o Sol?

Ai, minha retina.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

People You Know.

Existe uma convenção subentendida nas relações interpessoais, de que as pessoas devem levar em consideração o sentimento, ou o bem estar alheio.
Diverso disso, pessoas só ligam para aquilo que é intrínseco, pra o que é seu, inerente.
Então, faz-se necessária a criação de uma identidade de si mesmo, duma faceta carinhosa, para que seja aceito pelo social. (A masquerade of lies will kill us all in the end)
Pode tentar negar isso, mas a falha é visível.
Pessoas são indivíduos. Pessoas são indivíduos.  Pessoas são indivíduos.
(I wanna love you but this house aint built for two)
Preciso entender isso melhor, avaliar a mecânica desse jogo.
Parar de negar.

(At times I'm scared that I'm acting, too)
Todos juntos, atuando.
O nome do espetáculo é: Moral.
Eu queria ter esquecido a minha em Cabo, ou que meus pais pudessem bancar o aborto...