sexta-feira, 5 de junho de 2015

Palhaçada.

Contente-se.
Por ser isto.
A junção de um intenso sentimento de falta.
Com uma profunda vontade.
Unidos por um barbante vagabundo de inércia.
Ou friccionados brutamente por mãos desesperadas.
Perdidas. 
Estas são as esperanças.
Com o andar da carruagem, fito as rodas a rolar, e ouço o ranger de cada solavanco.
Pacientemente.
O problema é nunca alcançar o destino.
Este que nem sei qual é.
Não era pra eu ter algum tipo de claridade ao alcançar?
Ou estou à espera do que nunca irá acontecer?
Encenando o mesmo roteiro sem sentido, uma vez encima da outra?
Luz no picadeiro, o palhaço vai arrancar seus pulmões, com as gargalhadas de uma vida errônea.
As lágrimas do palhaço fazem um bocado de sentido, afinal.
Rá!

domingo, 10 de maio de 2015

Mude.

A realidade é a de que: Nunca será fácil.
Para que algo se adapte para o que você espera que seja, é preciso haver quebras.
Mudanças.
Dano.
A questão que se contrapõe é: Deveria eu exigir isto?
Teria eu, ser moribundo que sou, o mínimo de legitimidade para requerer tais alterações?
A resposta nunca me vem positiva.
A verdade nunca me fica doce na boca.
Amargor.
Da bile que se forma, ao provar o que se esperava que seria o néctar.
Esperanças escorridas pelo ralo do acontecimento.
Caia.
Levante.
Repita.
Eis-me aqui.
Esgotado de presenciar, falha após falha.
Uma longa espera, apenas para ver ruir.
Até que se desista.
Existe a tal da “luz no fim do túnel”?
Ou estaria aprisionado no “fundo do poço”?
A vida se encarrega do futuro.
Estamos todos amaldiçoados com o fardo do destino.
Num frio e solitário desalento.
“Eu gosto do peso sob meus ombros”.
Cada vez menos.
Cada vez pior.
Quando vai vir?
O você que faça rir?
Uma dança-da-cadeira, sem assento.
Rodando em volta do nada.
Ou sentando, só para se desmantelar no chão.
É plausível ter de escolher entre a derrota e a rendição?
Perguntar nem sempre implica numa resposta.
E eu continuo a revisitar a mesma condição.
Mudar – A palavra permanece.
As ações, são as mesmas.
Eu aceito a insanidade, Einstein.
De bom grado. 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Hypothesis.

Hipóteses.
Nos carregam por caminhos diferentes.
Veredas traiçoeiras.
Atalhos perigosos.
Longas trilhas seguras.
Me pergunto qual delas seria a certa.
Pra chegar até você.
Pra te ouvir sorrir.
Pra ouvir uma música, enquanto você bate o pé.
Praquele domingo preguiçoso onde - por hipótese alguma - se quer sair da cama.
A imaginação vai, e não volta.
Se perde, em meio do sem fim de imagens de ti.
Comigo.
É assim.
Todo.
Hipotético.
Talvez: sim, ou não?