quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ê caralho, eu quero amor!


Certa vez escrevi uma frase no final de um texto, que era um anseio sincero, aquele desejo simples e urgente, que te acomete sem esforço, sem muito pensar... A frase era: “Ê caralho, eu quero amor!”.
Vislumbro esse desejo vez ou outra, nos acasos da vida.
Um exemplo: Os olhos vermelhos, saltados, brilhantes (que brilho encantador tinha aqueles olhos!), tristes, molhados, sendo enxugados. Olhos de uma menina magra, com aparência de ser bem nova, sendo acalmada por sua mãe. As vi na rodoviária, e ela provavelmente estava chorando pela partida de alguém. É inerente o amor que aqueles olhos estavam vazando! Por aqueles olhos que eu queria estar chorando.
Outro exemplo: A moça de vestido florido, de tecido leve, sandálias finas (tão finas, que dava a impressão de estar descalça), maquiagem? nem pensar!, andando calma pela rua, como se não quisesse nunca chegar. A impressão que dava, era que ela tinha saído de alguma canção calma (de reggae, bossa nova, ou qualquer dessas coisas que dê sono demais... que seja). Essa moça amava, ou era o amor, evidentemente.
Enfim, o amor se mostra pra mim de formas diversas, formas travessas, formas peraltas, que me provocam. E eu, como o caipira na beira do lago, com aquele capim na boca, o chapéu tapando o sol, o observo pacientemente.