Ouça, enquanto lê: http://www.youtube.com/watch?v=KV5v1RezFAs
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Estive pensando.
(Again and
again, again and again...)
Que sofreguidão é essa, não? Nada em que consigo pensar, não
sofre. Como o metal que é aquecido, e moldado, para se tornar alguma útil
ferramenta. Passamos por situação semelhante, para nos adaptarmos ao mundo que
nos abraça (para melhorarmos).
E no final do sofrimento, o ápice, a compreensão, (they call
it clarity), o êxtase da realização de algo.
É como se no topo de cada tijolo de sofrimento, colocássemos
um bocado de argamassa de sucesso, para construirmos uma torre que se eleva em
direção ao céu (tocando-o), até se perder de vista, nas brumas enganadoras do
futuro... Até que um dia, por não aguentar mais seu próprio peso, rua ao chão
em que se teve origem. Um monumento mal pensado, e grotesco, que acaba com si
próprio.
Vivemos um ciclo, estamos presos nele por correntes
instintivas, que nos mantém escravos da existência.
Mas, vale a pena... Acho graça, da graça que é, ser
recompensado por nada mais, nada menos, que o destino, que esbarra em você,
enquanto você corre perdido em busca de respostas, de sabedoria.
Ou seria exatamente o inverso? Nascemos com esplendor, e
vivemos em plenitude, até chegar aos dias mais horríveis de nossas vidas, e
morremos, com a boca enrugada e cheia de remorsos, pelas coisas que gostaríamos
de ter feito?
Um belo dia de verão, que no começo da tarde, ostenta um sol
esplêndido, e que termina com uma chuva torrencial (abalado por truvões), que
lava toda beleza que tinha?
(Este sou eu, completamente equivocado).
A verdade é que, mesmo com a chuva de uma tarde de verão, a
noite se torna agradável, quente e úmida, como quando dois amantes se entrelaçam,
num emaranhado de cobertores, afogados em suor, a fricção que solta uma
fagulha, e cria um fogo espectral. E este fogo, nenhuma chuva apaga. Pois os
amantes, ali, abraçam o sofrimento da dor, e a recompensa do prazer, unem a
água e o óleo, carne com carne... E dão sentido ao que chamam de vida.
Amor: Muitos o buscam.
Eu só quero é viver!