E mais uma vez, quem me saúda para o conforto do sono, é o
amanhecer, que sempre virá, que permanece verdadeiro, enquanto eu me perco na
confusão de não saber o que é normal, o que é verdadeiro, e o que deveria ser.
E mesmo que visse todas as verdades estampadas na minha cara, acho que não
daria a mínima, ou quem sabe, com o ceticismo que me assola, encararia as
verdades soberanas com olhos marotos de desconfiança.
Afinal, a quem cabe o certo ou o errado? Muito prepotente e
tolo é aquele que se aventura por estes campos traiçoeiros da certeza. Prefiro
a segurança da dúvida, fazendo assim com que tenha menos chances de me enganar,
ou, quem sabe, confirmar meus mais distantes devaneios.
Um dia, quem sabe, não é? Mas não hoje. Hoje, agora, sei que
vou cair no abismo do sono, e que minha única esperança, é a de belos sonhos,
que possam ser como os sonhos sonhados acordados, que na verdade são frutos da
imaginação de quem deseja muito. Enfim, não quero me atrasar. Dormirei, assim,
aplacando essas malditas pálpebras pesadas. Urgh!
14/03/12, 06h06, Thierry Guarnieri.